segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Produtores de orquídeas em Mogi param de importar por causa do dólar


Os agricultores de Mogi da Cruzes pararam de importar mudas de orquídeas e começaram a cruzar as espécies nos próprios laboratórios, em sítios da cidade. A mudança ocorre por causa da alta do dólar, e visa manter a oferta até a diminuição da valorização da moeda americana.

Em Mogi das Cruzes ainda é possível encontrar orquídeas falenópsis, mas é um dos últimos lotes dela em um sítio da cidade. "Por enquanto a gente tá tendo muda ainda para suprir uns dois anos, mas eu acredito que do terceiro ano para frente nós teremos um buraco na produção.

 A gente estava com um projeto de ampliar a área de produção de agricultor falenópsis, mas a gente já viu que com essa alta do dólar e a importação cara do jeito que está, a gente resolveu colocar um outro produto no lugar, que são as cattleya", explica o agricultor Charley Suzuki, sobre a importação de produtos de Taiwan.
A iniciativa de investir em plantas importadas começou ainda quando o mercado vendia apenas orquídeas de uma cor só, por serem exóticas, com desenhos nas pétalas e coloridas. Mas o problema agora é conseguir a mesma variedade que os clientes estão acostumados no Brasil.

O produtor acredita que a tecnologia estrangeira não se compara com a nacional, mesmo assim aposta no laboratório da propriedade para conseguir outros cruzamentos. A solução foi contratar uma empresa do interior do estado, que faz clone de mudas importadas. A medida vale a pena, já que uma muda exportada sai para o apicultor a R$ 5,50, enquanto a adquirida com a empresa sai a R$ 1,80.

"O mercado está aquecido, só que para a gente estar vendendo bem, a gente teve que abaixar os preços, então a margem de lucro nossa caiu muito. Para você ter uma ideia, no ano passado a gente vendia um falenópsis a R$ 25, este ano está sendo vendida a R$ 18.

Em outra propriedade de Mogi das Cruzes, em que a produção de orquídeas importadas é de 15 mil por ano, os contratos com fornecedores holandeses e de Taiwan não serão renovados, isso porque o preço final ainda é pequeno para suprir as despesas.

O produtor acredita que o investimento próprio na criação de mudas possa se tornar um novo negócio, com a venda para outros produtores, dependendo de como ficará o mercado. "Tem os plásticos de cobertura das estufas, as telas e os insumos, alguns são importados, e isso vai onerando para a gente o custo. 

Então a gente vai ter que tentar passar no preço final do produto. Mas hoje está um pouco complicado, a gente tem que continuar segurando o preço, os produtores cada vez vão diminuindo a rentabilidade e os produtores pequenos vão ter que fechar as portas", explica o agricultor Tsutomu Makita.
Fonte: G1

0 comentários:

Postar um comentário