quarta-feira, 22 de julho de 2015

Crise diminui o valor do aluguel no comércio


O setor comercial é um dos que mais tem sentido os reflexos da crise econômica nos últimos meses. É grande o número de pontos comerciais fechados na área central, os valores de aluguel despencaram nos últimos meses, mas mesmo assim existem muitos imóveis encalhados.
As vendas estão em queda e o desemprego começa a rondar o mercado. Os lojistas investem em liquidações para desovar os estoques, mas mesmo assim afirmam que não têm conseguido atrair os consumidores.
A situação é bastante crítica em uma galeria localizada no centro, que está com cerca de metade dos 46 boxes desocupados. “Até o inicio do ano tínhamos uma fila de espera e até brigas por parte de comerciantes que esperavam por um espaço. 
Agora, metade está fechada. Estamos oferecendo uma série de vantagens, reduzindo os valores dos aluguéis, negociando preços diferenciados para alta e baixa temporada, mas mesmo assim está muito difícil”, esclarece o gerente administrativo Márcio Sartori. 
Sartori afirma que os comerciantes que se mantém no local estão investindo em liquidações  para manter as vendas, mas mesmo assim, “o movimento de clientes está reduzido”. Disse ainda que conta o apoio do Sebrae para motivar e orientar os lojistas com a realização de cursos e técnicas para melhorar as vendas.  
Também vem buscando alternativas para atrair um número maior de público com a promoção de eventos, danças, música ao vivo, tudo para atrair os consumidores. O projeto inicial era para a instalação de mais de 70 boxes no prédio, que conta com um amplo espaço no andar superior, mas vai demorar mais um tempo para ser inaugurado.
“Não estamos nem fazendo contratos de locação. Os comerciantes que não estão conseguindo se manter, podem permanecer um  tempo fechado, sem custos, para esperar a crise passar e depois reabrir o negócio”, explica. Ele disse que houve uma redução nos valores da locação, que caíram de R$ 1.300,00 para R$ 800,00.
No Calçadão da Rua Dr Paulo Frontim existem vários espaços comerciais disponíveis e a tendência é de aumentar ainda mais a oferta de imóveis, com o fechamento de estabelecimentos. Na última semana, por exemplo, uma grande loja de calçados, a Iza, noticiou o fechamento do ponto comercial e iniciou uma grande queima de estoque, com redução de até 50% nos preços. A gerente Suellen Katinskas alega que a empresa apenas vai mudar de endereço e que logo deverá reabrir uma loja em um local mais movimentando. 
Entretanto disse que ainda não existem prazos previstos para a reinauguração. Sete funcionários serão demitidos. “A crise acabou provocando uma redução nas vendas tanto da loja de Mogi das Cruzes como na de Itaquaquecetuba. Mas, a intenção não é fechar a loja, e sim buscar um outro ponto mais estratégico”, reforça.
“Me sinto frustrada. Abrir uma loja era o meu grande sonho, mas não deu certo. As vendas estão caindo cada vez mais e não estamos conseguindo capital de giro para pagar aluguel, contas de água e luz, funcionários e renovar o estoque”. A declaração é da proprietária de um comércio de roupas na Rua Coronel Souza Franco, Marta Cristina Ferreira, afirma que “tentou de tudo”, mas não conseguiu vencer a crise. 
Outro que está fechando as portas “temporariamente” é o proprietário de uma loja de artigos esportivos na Rua Flaviano de Melo, Jeferson Shiga Caetano. Depois de dois anos no mercado, decidiu fechar o ponto para tentar buscar novas oportunidades com a família fora do Brasil. “Temos parcerias coma academias e temos conseguido nos manter no mercado, mas vou encerrar temporariamente porque temos propostas mais interessantes no Japão”, revelou.
Os representantes do setor imobiliários dizem que está aumentando a oferta de pontos comerciais. De acordo com o representante do setor na Associação Comercial de Mogi das Cruzes, Joaquim Paixão, o quadro é o reflexo da crise econômica. “Realmente isso vem acontecendo nos últimos meses, em razão da crise. Mas, atualmente muitos proprietários que receberam os imóveis de volta estão preferindo manter fechado a abaixar os preços”. Com o aumento da oferta, a tendência dos preços é de baixar, por isso, alguns estão optando pela flexibilizando os contratos para conseguir manter o inquilino nos imóveis. 
O gerente de outra imobiliária, Ademir Gomes da Silva, confirma o quadro. “A queda nos valores dos aluguéis está fazendo com que muitos proprietários coloquem seus imóveis à venda, que também estão paradas”, afirma. A orientação dele, no entanto, é para que os donos dos pontos comerciais procurem fazer acordos com os inquilinos para evitar maior prejuízo nesse momento de crise, que pode ser temporária. Ele lembra que mesmo fechado existem as despesas com pagamento de impostos e manutenção dos prédios. 
Fonte: Silvia Chimello

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