quarta-feira, 13 de abril de 2016

Empresas do Alto Tietê optam pelo lay-off para evitar demissões

No total, 416 trabalhadores estão sob este regime. 
Gerdau demitiu 110 funcionários.



A crise financeira mudou os rumos da economia e da vida de centenas de trabalhadores do Alto Tietê. O impacto maior foi, principalmente, nas indústrias metalúrgicas. Na região, algumas delas adotaram o sistema de lay-off pra tentar evitar as demissões. Algumas indústrias conseguiram, outras não.

Na Gerdau, em Mogi das Cruzes, 203 funcionários foram mandados embora neste ano, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi das Cruzes. Já na GM, também em Mogi, os funcionários foram mantidos, mas tendo que ver o dia a dia na fábrica mudar completamente. “Alterou muito a produção. Foi onde a empresa com o sindicato acharam uma alternativa para não mandar os funcionários embora”, disse o operador de empilhadeira Eduardo José Martins.


Segundo o sindicato, um acordo com as duas empresas, Gerdau e a GM, foi feito no fim do ano passado pra evitar demissões. De acordo com a entidade, 416 funcionários entraram no que é chamado de lay-off, um período que eles saem da empresa para estudar.
O diretor do sindicato explica que são cursos de capacitação do Senai e que o lay-off serve como um suspensão temporária do contrato de trabalho. “Nesse momento, quando eles ficam em lay-off, recebem bolsa qualificação. A empresa tem que contratar um curso para que nesse período que eles fiquem afastados, façam o curso. Hoje seria como se fosse um seguro desemprego ”, disse Sílvio Bernardo.
Na Gerdau, 160 funcionários entraram em lay-off. Destes, 50 continuam e 110 foram demitidos. Já na GM, 256 entraram em lay-off, sendo que 50 continuam, e 206 voltaram para a empresa.

Roberto Gerevini Lemes diz que continua recebendo o que ganhava antes, mas precisa contribuir para a previdência à parte agora. Ele também é operador de empilhadeira da GM e continua estudando pelo lay-off,  esperando para voltar ao cargo. “Estamos esperando que todo mundo volte para a fábrica. Somos pais de família e precisamos de emprego” disse.

O que vai acontecer com funcionários como o Roberto ainda é um ponto de interrogação. A categoria se diz mobilizada pra que o desemprego não bata na porta de mais ninguém. “Que as empresas voltem a procurar o sindicado para que encontremos uma alternativa que não seja mandar esses trabalhadores embora, disse Silvio.
Em nota, a Gerdau confirmou o acordo com o sindicato para que os trabalhadores entrassem em lay-off e disse que, por não ter havido mudança no cenário da indústria do aço, alguns colaboradores foram desligados. A empresa disse que a redução de postos de trabalho é o último recurso depois de uma série de medidas para evitá-la.
A GM também foi procurada para comentar o assunto, mas não houve retorno da empresa.
Fonte: G1

0 comentários:

Postar um comentário