quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Indústria de Mogi das Cruzes demitiu 424 trabalhadores no 1º semestre

Dados são do Ministério do Trabalho e mostra crise no setor. 
Em César de Souza, indústria fechou e funcionários esperam para receber.



Nos primeiros seis meses do ano, 424 demissões foram registradas pelas indústrias de Mogi das Cruzes, segundo dados do Ministério do Trabalho. É o caso de trabalhadores de uma metalúrgica, em César de Souza, que foram surpreendidos com o fechamento da unidade e até agora esperam receber os direitos trabalhistas.

Pela lei, esses trabalhadores estão empregados na empresa de ferramentas para o setor aeronáutico. Mas, no fim do ano passado, eles foram orientados a ficar um período em casa, por causa da crise que estava se instalando no setor.

“A justificativa é de que a empresa não teria recebido o dinheiro do cliente quee não fez o pagamento. Depois de 15 dias, retornamos ao trabalho, como combinado, mas o dono da empresa pediu para o porteiro não nos deixar entrar” contou o ferramenteiro Fabiano Andre Ruiz Gomes.
Desde o ano passado, segundo os funcionários mais de 50 trabalhadores foram dispensados e em muitos casos, a empresa ainda não deu baixa nas carteiras de trabalho. Eles estão sem receber e não podem arrumar outro serviço formal. “Não recebemos nada desde novembro. Como não fomos mandados embora, não conseguimos arrumar outro emprego”, disse o comprador Silvio Augusto Barbosa Gomides.
Na empresa onde os funcionários trabalhavam, o aspecto é de abandono. Tem mato alto e nenhuma movimentação. Os galpões estão fechados. Tudo indica que, no local, as atividades foram suspensas. Martinho Monteiro Filho trabalhava no planejamento de produção. Ele foi demitido em novembro do ano passado e até agora, não recebeu a indenização. “Fomos demitidos, mas os direitos nós não recebemos. Tivemos que pedir na justiça”.

Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no primeiro semestre de 2015, só em Mogi das cruzes, o setor da indústria fechou 424 postos de  trabalho. A crise já se estende por um bom tempo

Mas este advogado, contratado pelos funcionários da empresa diz que o maior problema além das demissões é que as leis trabalhistas deste caso não foram cumpridas. “A empresa jamais poderia agir da forma que agiu. Ela devia informar que estava encerrando as atividades, fazer as demissões, homologar no sindicato da classe, resolver o problema trabalhista. Mas da forma que ela fez, impediu o exercício do trabalho e isso é crime”, disse Carlos Alberto Zambotto.

A produção do Diário TV não encontrou nenhum representante da empresa RPF Usinagens Industriais para falar sobre as demissões e o fechamento da unidade. Um levantamento feito no Tribunal Regional do Trabalho mostrou que existem 64 processos trabalhistas contra a empresa. Desse total, 53 foram abertos só nesse ano.

Fonte: G1

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