quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Empresas adotam banco de horas para não demitir


Para segurar as demissões, empresas do Alto Tietê têm buscado algumas alternativas, como a adoção do banco de horas e a suspensão de contratos de vários funcionários, nos últimos meses. Para algumas delas, no entanto, não foi possível impedir os cortes. Em uma fábrica de autopeças, na Vila São Francisco, em Mogi das Cruzes, 50% (100 de 200) do quadro de colaboradores tiveram seus contratos rescindidos. 
O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Mogi das Cruzes e Região (ligado à Força Sindical), Félix de Barros, explica que, pelo menos, 10 empresas do setor de transporte e de logística procuraram a entidade para solicitar o estabelecimento de banco de horas, uma prática incomum no setor. “Nós não adotamos banco de horas no setor rodoviário. 
Só que diante da crise, elas têm buscado o Sindicato para pedir a criação do banco de horas. Nós não permitimos o uso de banco de horas (quando o funcionário faz hora extra e acumula uma sequência de dias de folga). Isso, no entanto, vai ter que entrar em discussão porque as empresas têm batido nessa tecla”, afirmou à reportagem. 
Sílvio Bernardo, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Mogi e Região (também filiado à Força Sindical), explica que algumas empresas adotaram a suspensão de contratos, mas prevê um segundo semestre conturbado no segmento. “O PPE (Programa de Proteção ao Emprego, lançado pelo Governo Federal) não foi aceito de forma plena.
Ele estipula redução de jornada com redução proporcional de salário e os trabalhadores não aceitam isso. Aqui na Região, mais de 70% das indústrias locais pagam o piso salarial (nível mais baixo de vencimento) e com essas sequer abriremos negociação porque é inaceitável que uma empresa que já paga pouco, querer pagar ainda menos. Outras, como a GM (General Motors), já demonstraram interesse em adotar o PPE, uma ferramenta importante que pode impedir demissões”, disse. 
Fonte: Lucas Meloni

0 comentários:

Postar um comentário