segunda-feira, 29 de junho de 2015

Produtores do Alto Tietê constatam aumento no custo por causa do frio

Combustível e ração provocam alta em algumas propriedades.
Aquecedores são usados em estufas de flores e em granjas.


Os produtores rurais do Alto Tietê estão se desdobrando para driblar a crise econômica que provocou o aumento no preço da energia elétrica e combustíveis. Isso porque em alguns setores, o aquecimento de animais e plantas são necessários durante o inverno.
Marcos Oide é veterinário de uma granja de codornas. Ele aponta vários cuidados com as aves em diversas fases. Os pintinhos longe das mães sofrem com a falta de penas. Por isso, lonas são usadas para o calor não ir embora. Já as campanulas  também fazem o trabalho de aquecimento. 
Elas são abastecidas por enormes botijões de gás que ficam do lado de fora e que representam um dos custos de produção mais altos para a granja nessa época de frio. “O aumento de consumo de gás gira em torno de 15%. Nos primeiros dias, as codornas ficam no verão em torno de 14 dias. Mas no inverno, elas ficam até 21 dias”, explica Oide.
Não é só o gás que aumenta os custos de produção no frio. Nos lotes comerciais 40 mil poedeiras tem uma produção diária de 3 mil ovos. Como elas gastam mais energia no frio, precisam comer mais do que no verão.  “Consumo aumenta em torno de 7% a 8% com o frio para se manterem aquecidas, para manter a temperatura corporal constante. 
Isso leva ao consumo de mais ração.” O veterinário diz que o preço da ração ainda subiu meio por cento de janeiro para cá por causa do frete. Um outro agravante para os negócios da granja é que a empresa é mais uma que sofre com os reajustes das contas de energia desde o começo do ano.
Além das lâmpadas, tem as esteiras dos ovos, a máquina que leva a comida para as aves e, principalmente, os exaustores que compensam o excesso de calor . Resultado, o custo com energia aumentou 30% nos últimos seis meses. 
Enquanto isso, no mesmo período, o preço dos ovos de codorna tem se mantido a R$ 1,10 a dúzia. “Nesse momento, como o mercado está saturado com relação a ovos de codorna, não estamos repassando esses aumentos de custo.”
Em um sítio de Mogi das Cruzes os cuidados também são redobrados com as flores nessa época mais fria. Na área do berçário das orquídeas, um aquecedor fica por perto para proteger a produção. O mesmo tipo de aquecedor também eleva a temperatura de uma das estufas quando é preciso. Depois, as flores vão direto para a venda. 
Por isso, a atenção com o frio é redobrada. Outras cinco estufas da propriedade deveriam estar com aquecedores trabalhando, mas nesse ano o produtor Charley Suzuki decidiu economizar. “Hoje estamos só aquecendo duas áreas devido ao custo. Resolvi manter a parte final de acabamento das flores e o berçário das mudas.”
O preço do diesel pago pelo produtor hoje é de R$ 2, 75 o litro. Cada aquecedor gasta 40 litros do combustível por dia. Seria mais, se o sítio não tivesse investido em telas aluminizadas que diminuem a área a ser aquecida nas estufas. 
Outra medida de economia foi mudar o acionamento dos aquecedores. “No ano passado a gente manteve 22, 24 graus. Esse ano estamos diminuindo para 19 graus para ter economia de gasto”, avalia Suzuki.
Todo esforço no controle das temperaturas é para evitar que as flores fiquem com pequenos pontos nas pétalas. Eles são um sinal da botrix, uma doença que trouxe 5% de perdas no mês passado quando os aquecedores ainda não estavam ativados.
O produtor diz que os custos de produção pesam. Ele não vê com otimismo o mercado para esse inverno. A produção nesse ano aumentou nas estufas, mas por causa da crise econômica no País, Suzuki não sabe como as vendas vão se comportar. 
Ele acredita que o preço das flores só tende a cair daqui para frente. “A média do ano passado estava em torno de R$ 25 e esse ano passamos para R$ 20 e ainda vai cair mais.”
Fonte: G1

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